segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O USO DOS PORQUÊS

por que (separado e SEM acento) aparece em pelo menos três situações:

1ª)  Utilizado em perguntas, podendo ser substituído pela expressão "por qual (motivo/razão)“. Exemplos:

Por que ele não veio?
Por qual motivo ele não veio?
Por qual razão ele não veio?

2ª)  Em afirmações, quando não é apresentado um motivo ou hipótese para esclarecer a dúvida apresentada. Exemplo:

Não sei por que ele não veio.

Neste caso também pode ser substituído pela expressão "por qual (motivo/razão)”:

Não sei por qual motivo ele não veio.

3ª)  Como equivalente a "pelo/pela(s) qual(is)":

A avenida por que passaria estava inundada.
A avenida pela qual passaria estava inundada.


Quando é utilizado ao final da frase, o "que" torna-se tônico, por isso, temos o por quê (separado  e acentuado):

Ele não veio por quê?
Ele não veio por qual motivo?
Ele avisou que não vinha e nós nem perguntamos por quê...
Ele avisou que não vinha e nós nem perguntamos por qual motivo...


A partir do momento em que apresentamos um motivo para esclarecer o fato, mesmo que seja apenas uma suposição, utilizamos a conjunção explicativa porque (equivalente a “pois”):

Acho que ele não veio porque choveu.
Ele não veio porque tinha outro compromisso.
Ele não veio porque o carro quebrou.

E, tendo exposto o motivo, mesmo que seja apenas uma suposição, o porque é utilizado até em perguntas: 

Será que ele não veio porque choveu?
Ele não veio porque o carro quebrou?

Note que, nestes casos, não há como substituir o “porque” pela expressão "por qual motivo/razão".


O porquê (junto e COM acento) é um substantivo, sinônimo de “razão”, “causa”, “motivo”. Por ser um substantivo, aparece sempre acompanhado de artigo, pronome, adjetivo ou numeral:

Ele avisou que não vinha e nós nem perguntamos o porquê...
Ainda não entendi o porquê dele não ter vindo...
Dê-me um porquê para ir à festa.


Autoria: Simone Costa

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