segunda-feira, 27 de março de 2023

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Hoje tivemos mais tristes notícias na área da Educação. De quem é a culpa?

Podemos supor que não adianta procurar um culpado (e certamente não há apenas um), já que isso não trará a vida da professora de volta. Por outro lado, enquanto nos isentarmos de culpa (e digo isso como cidadã, não como professora), a chance de termos novas más notícias continuam.
Há tempos a sociedade, de forma bem geral, tem tido o professor como inimigo. Sofremos ataques constantes na pandemia e fora dela. Perdemos direitos, benefícios, dinheiro... Quem se importa (ou importou?) Mas, Simone, o caso em questão aconteceu por conta de uma briga. Sim, mas já chego lá.
Hoje, nenhum pai (entenda-se aqui pai, mãe, responsável...) deseja que seu filho seja professor. Se houver algum por aqui, por favor, me perdoe. Vejo pais incentivando seus filhos a estudarem a fim de se tornarem médicos, advogados, engenheiros, dentistas... Trabalharem com Tecnologia, área militar, política, enfim... carreiras "de sucesso". Não vejo nenhum incentivando o filho/filha a ser professor. Querem bons professores para seus filhos, mas que estes não se tornem um deles. Que respeito tem o professor hoje? E para que serve a escola? Peço que me poupem daquele blá-blá-blá político de quem não pisa em uma escola há anos (nem para ir às reuniões dos filhos), não sabe o que enfrentamos no dia a dia e só repete o que ouviu dizer. Não coloquem todos os professores "no mesmo saco" (em informal português). Somos muitos e, em sala de aula, falta-nos tempo para o básico (entendam isso, por favor!). Poupem-me também daquele chavão: "Quem mandou escolher essa profissão?" Parabenizo os autodidatas. Isso tudo para falar de valorização e respeito. Se pais não valorizam professores, quem dirá os filhos? Se pais, no estresse "do momento", xingam desvairadamente, quanto mais os filhos? Basta uma partida de futebol para que as ofensas surjam, e o descontrole apareça. Descontrole este repassado aos filhos (e vizinhos, sobrinhos, netos...). As atitudes de um servindo de exemplo e respaldando o mau comportamento do outro.
Macaco. Maldito racismo. Ainda hoje, exibindo uma foto sobre uma invasão de macacos na Tailândia (a aula era sobre fake news), surgiu o comentário: "Olha a família do fulano". Perguntei ao ser humano produtor da fala: "E por que não pode ser a sua família?". "Não sou racista, prô". Será que não? Ou simplesmente surgiu a oportunidade de externar aquilo que está lá no fundo, disfarçado sobre uma capa de brincadeira e amizade?
Macaco. De onde veio essa fala e esse preconceito? Isso sim, pergunto: Adianta saber? Será que já não sabemos? E o que faremos a respeito? Depois do luto será "vida que segue?"
É comum o questionamento: "Que mundo deixaremos para nossos filhos"; porém, creio que vale a pena perguntar: "Que filhos estamos deixando no (e para o) mundo?", "Que valores temos deixado e passado para eles?"

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