sábado, 7 de junho de 2014

Deixa o "vamos" ir...

Se na época de 2000 o que arrepiava os linguistas era o uso excesso do gerúndio (o dito "gerundismo"), hoje é o verbo ir.

Sem mais, nem menos, ele é enfiado antes de outros verbos, gerando expressões como: "vamos fazer", "vamor comprar", "vamos ver", "vamos sair" e, até (pasmem) "vamos ir"!

Enquanto isso, o futuro do presente, tão belo e nobre, morre aos poucos, lentamente. Quem usa "faremos" (sim, é "faremos", "fazeremos" não existe), compraremos, assistiremos, sairemos, veremos nos dias de hoje? (Lembrei do "ora, ora, veremos". Não ouço isso há anos!!!) Essas conjugações hoje geram estranhamento e surpresa.

Quando se pede para substituir os dois verbos por um só, surgem coisas como: "iremos fazer", "iremos comprar"e... "iremos ir".
:oP

E, assim, caminha a Língua Portuguesa. Vamos sempre simplicando e aceitando tudo em favor da diversidade linguística e do "não há certo ou errado na língua". Vamos ver até quando vamos continuar cedendo por essa causa (argh, frase horrível!!).

Ah, verbo ir... Bem que poderia ir mesmo e voltar com os velhos tempos de estudo afinco da Gramática.

Simone Costa


quinta-feira, 22 de maio de 2014

Guia do Estudante

Para os que vão prestar vestibular, sugiro o sitehttp://guiadoestudante.abril.com.br/

Diferença entre trovador e jogral

O trovador é um poeta que, além de escrever em versos, também compõe a música em que eles devem ser cantados. E a poesia que escreve é para ser ouvida, não para ser lida. Diante de que público? Do das cortes. O trovador anda de core em corte, a sua poesia divulga-se rapidamente, embora em círculos sociais fechados. Mas quem tem papel muito mais activo em tal divulgação é o jogral, geralmente de baixa condição no contexto da sociedade em que circula, sendo qualificações bastantes para ele o saber cantar e tocar bem, embora pudesse ser preferido o que possuísse outras artes para chamar a atenção do público. Quais? As que, como diríamos hoje, são mais próprias dos artistas de circo.

O trovador, geralmente da classe nobre, podia empregar um jogral para divulgar as suas composições (...). O jogral podia, no entanto, à força de talento, promover-se a trovador, mas as represálias de casta eram, por vezes terríveis. E o trovador, em caso de penúria, corria o risco de despromover-se a jogral, já que, se Por necessidade fosse obrigado a percorrer as cortes, pelos benefícios daí derivados, a sociedade escalonada em apertada rede de hierarquias tornava-o em fidalgo marginalizado, caído em desgraça, compelido a descer, sem mais remédio, alguns degraus da íngreme e ingrata escada social.
Alexandre Pinheiro Torres, «Introdução» à Antologia da Poesia Trovadoresca Galego-Portuguesa, 2ª, ed.. Lello. Porto, 1987.

http://auladeliteraturaportuguesa.blogspot.com.br/2007/03/trovadores-e-jograis.html

terça-feira, 6 de maio de 2014

Outro exemplo de intertextualidade


Texto bíblico:

"Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine. Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, mas não tiver amor, nada serei. Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, mas não tiver amor, nada disso me valerá. O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará. Pois em parte conhecemos e em parte profetizamos; quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá. Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino. Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido. Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor." (1 Coríntios 13:1-13)


Soneto de Camões:

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?


Letra da música "Monte Castelo", do Legião Urbana:

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria

É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja ou se envaidece

O amor é o fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria

É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É um não contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder

É um estar-se preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É um ter com quem nos mata a lealdade
Tão contrário a si é o mesmo amor

Estou acordado e todos dormem
Todos dormem, todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face

É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria


Assistam ao vídeo!




Estudem!!!





TEXTO PARA PROVA!

TROVADORISMO

A primeira época da história da Literatura Portuguesa inicia-se em 1198 (ou 1189), quando o trovador Paio Soares de Taveirós dedica uma cantiga de amor e escárnio a Maria Pais Ribeiro, cognominada A Ribeirinha, favorita de D. Sancho I, - e finda em 1418, quando D. Duarte nomeia Fernão Lopes para o cargo de Guarda-Mor da Torre do Tombo.

A Poesia

De origem ainda obscura, o lirismo trovadoresco instalou-se na Península Ibérica por influência provençal. Dentro do trovadorismo português, o ponto mais alto do processo sentimental situava-se antes de a dama atender aos reclamos do apaixonado. Duas eram as espécies de poesia trovadoresca: a lírico-amorosa, expressa em duas formas, a cantiga de amor e a cantiga de amigo; e a satírica, expressa na cantiga de escárnio e de maldizer. O poema recebia o nome de "cantiga" (ou ainda de "canção" e "cantar") pelo fato de o lirismo medieval associar-se intimamente com a música: a poesia era cantada, ou entoada, e instrumentada. Letra e pauta musical andavam juntas, de molde a formar um corpo único e indissolúvel. Daí se compreender que o texto sozinho, como o temos hoje, apenas oferece uma incompleta e pálida imagem do que seriam as cantigas quando cantadas ao som do instrumento, ou seja, apoiadas na pauta musical. O acompanhamento musical fazia-se com instrumentos de corda, sopro e percussão (viola, alaúde, flauta, adufe, pandeiro, etc.). O espólio trovadoresco conserva-se em "cancioneiros", vale dizer, coletâneas de cantigas, das quais os mais valiosos são o Cancioneiro da Ajuda, o Cancioneiro da Vaticana e o Cancioneiro da Biblioteca Nacional. Recebiam o título de trovadores os poetas que compunham, cantavam e instrumentavam suas próprias cantigas. Jogral chamava-se o bobo da Corte, o mímico, o bailarino, e às vezes também compunha. Segrel era o trovador profissional e, via de regra, andarilho. Menestrel era o músico. O idioma empregado era o galaico(galeco)-português.

Paio Soares de Taveirós

A Cantiga da Ribeirinha foi escrita por Paio Soares de Taveirós para sua amada Maria Ribeira. Ela narra a história de um amor não correspondido. Há dúvidas se a poesia foi escrita em 1189 ou 1198. Está registrada no Cancioneiro da Ajuda. A língua portuguesa originou-se do latim e o texto é escrito em galego-português. 


No mundo non me sei parelha1,
mentre2 me for' como me vai,
ca3 já moiro por vós - e ai!
mia senhor4 branca e vermelha,
queredes que vos retraia
quando vos eu vi en saia!
Mau dia me levantei,
que vos enton non vi fea!
E, mia senhor, dês aquel di’, ai!
me foi a mi mui mal,
e vós, filha de don Paai
Moniz, e ben vos semelha5
d'haver eu por vos guarvaia,
pois eu, mia senhor, d'alfaia
nunca de vos houve nen hei
valia d'ua correa.


1 parelha = igual, semelhante.
2 mentre = enquanto, entrementes. Essa forma arcaizou-se, isto é, caiu em desuso, mas o espanhol manteve a forma antiga mientras.
3 ca = pois, porque. Enquanto ca também se arcaizou, o francês manteve car até hoje, com o mesmo significado.
4 senhor = senhora. Por essa época, usava-se na poesia a palavra "senhor" referindo-se indistintamente ao homem e à mulher.
5 semelha = parece.

O Trovador nos dá a impressão de encobrir setas embebidas em sarcasmo ou despeito. Por essa causa, e pelo fato de o texto apresentar várias dúvidas aos filólogos, os estudiosos continuam a discordar quanto à interpretação da cantiga. As maiores dificuldades estão nos pontos:
1 - "Branca e vermelha", dependendo da posição da vírgula, pode significar a alvura e o rosado da pele feminina (ou a cor ruiva de seus cabelos) ou a cor da "guarvaia", "vestuário de corte e de luxo, provavelmente de cor escarlate".
2 - "Retraia" - Do verbo "retraer" que pode ter três significados: a) "retratar", "descrever", "relatar"; b) "afastar-se de", “retirar-se de”, "desvirar-se de", "recuar"; c) "desistir de", "renunciar a".
3 - "En saia!" - significa: a) "estar sem manto", "ser vista na intimidade", ou b) "estar de luto".
4 - "Filha de Don Paai / Muniz" - a palavra "filha" tem sido considerada: a) substantivo ou b) forma verbal, do verbo filhar, que significa "tomar de presente", "apropriar-se".
5- "por vós" - significa a) "por intermédio de vós", ou b) "por amor de vós", "para vós", ou c) "em troca de vós", "em substituição da vossa pessoa".

O caráter lastimoso, sobretudo dos primeiros versos, evidencia desde logo que trata dum cantar de amor. Mas a indiscrição do trovador ao revelar que a dama se lhe mostrara "en saia" e a alusão à "guarvaia" (através da qual , o apaixonado parece recriminar à dona , ainda que veladamente , o seu desejo de ser paga pelos favores concedidos) permitem supor um à-vontade próximo da ironia ou do desrespeito que, além de patentear o grau de intimidade entre o trovador e a dama , não se compadece com as estritas normas do amor cortês . Este, postulava o máximo de subserviência e veneração , e o emprego duma linguagem sutil que antes disfarçasse que escancarasse os conflitos sentimentais do trovador . Em suma, seria um escárnio de amor.

Uma interpretação...
Os 3 primeiros versos, de sentido transparente, contêm o lamento passional do trovador: "não conheço ninguém no mundo igual por vós - ai!". Os três versos seguintes possivelmente expressam algo como: "minha senhora alva e rosada, quereis que vós descreva quando vos vi na intimidade!"; ou "minha senhora alva e rosada quereis que vós lembre que já vos vi na intimidade?". E o final da cobra (estrofe) diria: "mal dia aquele (em que vos vi sem manto), pois vi que não sois feia". A segunda cobra encerraria o seguinte: "e, minha senhora, desde aquele dia, ai!, venho sofrendo dum grande mal, enquanto vós, filha de Don Paio Moniz, julgais forçosos que eu vos cubra com a "guarvaia" (ou:"que vos ofereça uma "guarvaia" para que vós cubrais as formas belas que entrevi quando estava sem manto") , eu, minha senhora, de vós nunca recebi a coisa mais insignificante".



Fonte: Massaud Moisés, renomado professor brasileiro e especialista em Literatura Portuguesa e Brasileira, no livro A literatura portuguesa através dos textos. SP: Ed. Cultrix, 1999.





quinta-feira, 24 de abril de 2014

Vídeo sobre a II Guerra Mundial...

Vídeo muito interessante sobre a 2ª Guerra Mundial. A artista conta a história trabalhando com areia.




Uso de drogas no Brasil

Parte do relatório que aborda o uso de drogas no Brasil (2013):

https://www.unodc.org/documents/lpo-brazil//Topics_drugs/WDR/2013/Apresentacao_final_WDR_13.pdf

Relatório das Nações Unidas sobre o uso de drogas

Aqui vocês encontram o relatório da ONU (e não UNESCO, como eu havia dito) sobre o uso de drogas no Brasil e no mundo:

http://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/frontpage/2013/06/26-world-drug-report-notes-stability-in-use-of-traditional-drugs-and-points-to-alarming-rise-in-new-psychoactive-substances.html


Descriminalização da maconha

Pessoal do 3º, esta entrevista, realizada pelo Dr. Drauzio Varella, pode ajudá-los na elaboração do artigo de opinião. Leiam.

http://drauziovarella.com.br/dependencia-quimica/maconha/


quarta-feira, 26 de março de 2014

sábado, 15 de março de 2014

Onde e aonde?


Por Simone Costa
Antigamente, não havia distinção entre onde e aonde. Grandes escritores como Camões, Cláudio Manuel da Costa e Machado de Assis utilizaram ambas as formas em seus poemas e livros. Hoje, porém, a maioria dos gramáticos defende tal distinção. Em geral, a regra é simples:
Em frases com verbos que exprimem movimento, deslocamento de um lugar para outro, utiliza-se AONDE. 
Aonde você vai? / Não sabia aonde ir. 

Quando o verbo aponta para um lugar fixo, utilizamos o ONDE: 
Onde você guardou minha agenda? / Esta é a escola onde estudo.
Esta é a rua onde ocorreu o acidente.

O ONDE refere-se ao local em que se está, esteve ou aconteceu um fato. Pode ser substituído por "em que (lugar)" ou "no(a) qual":
Em que lugar você guardou minha agenda? / Esta é a escola em que estudo.
Esta é a rua na qual ocorreu o acidente.

Como curiosidade...
A preposição "a", utilizada no AONDE, é de origem latina. Nessa língua o "ad" já indicava movimento e originou formas como avoar, achegar e alevantar (embora para muitos soem estranhamente, são corretas). 
O mesmo "ad" está no "para" (per + ad). Por isso que os verbos chamados de movimento geralmente "pedem" essas preposições:
Vou para casa. / Devo dirigir-me a que local, a fim de obter esclarecimentos?
Não sei para onde ir...

Por isso também ser possível substituir AONDE por "para que lugar" ou "a que lugar":
Aonde você vai? / Para que lugar você vai? / A que lugar você vai?

A forma: "Para aonde você vai?" 
é incorreta pois apresenta a partícula de movimento "ad" em dois lugares: no para (per + ad) e no aonde (redundância).
Este texto pode ser total ou parcialmente copiado, desde que citada autoria e fonte.

Há muitos e muitos anos atrás...

Por Simone Costa
Quem nunca contou ou ouviu um conto de fadas? O famoso "era uma vez..." ou "há muitos e muitos anos atrás..."? Pois é, o romance entre "" e "ATRÁS" é bem antigo. Já acabou, virou desquite mas, vira-e-mexe, tentamos unir o casal à força. Certamente não há maldade. Acredito que isso aconteça porque, tendo o mesmo som do "A", o "" perde a marca de passado na língua oral. Assim, utilizamos o "ATRÁS" para recuperar essa marca e, por força do hábito, importamos essa construção para a língua escrita. Criamos mais um pleonasmo, como os famosos:
Subir para cima
Encarar de frente
Fazer planos para o futuro
Surpresa inesperada
Ter futuro pela frente
Desfecho final
Empréstimo provisório
Cooperação conjunta
Logo, o certo é escolher:

Cheguei a São Paulo há dez anos. 
ou 
Cheguei a São Paulo dez anos atrás. 

 Se a dúvida é quando usar "" ou "A", seguem duas dicas:

- Sempre que falamos do passado, utilizamos o verbo haver, que pode ser substituído pelo fazer: 

Há dez dias que não o vejo. / Faz dez dias que não o vejo.
- Quando falamos do futuro ou indicamos distância, utilizamos a preposição "a": 
 Viajarei daqui a dez dias. / A loja fica a dois quarteirões daqui. 

Nesses casos, não é possível a substituição pelo verbo fazer.

Este texto pode ser total ou parcialmente copiado, desde que citada autoria e fonte.

Uso da crase

Por Simone Costa

Para saber quando aplicar a crase, é preciso aplicar os conhecimentos de regência verbal:
Conheço a estudante.
O verbo conhecer é transitivo direto: quem conhece, conhece alguém ou algo. Não há preposição na regência do verbo. Portanto, não há crase. 

Refiro-me à professora.
O verbo referir-se é transitivo indireto: quem se refere, refere-se alguém ou a algo. Há preposição ("a") na regência do verbo e, como a palavra seguinte é feminina e admite o artigo a, há crase.

Regras práticas:

1. substituir a palavra feminina por outra masculina. Se surgir a forma ao, haverá a crase:
Refiro-me à professora. / Refiro-me ao professor. 

2. substituir o termo regente da preposição "a" por um que reja outra preposição (por, de ou em, por exemplo). Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou seja, se não surgirem as formas pela(s), da(s) e na(s), não haverá crase:
Refiro-me à professora.
Gosto da professora. / Penso na professora. / Optou pela professora.
Refiro-me a você.
Gosto de você. / Penso em você. / Optei por você.

A crase não ocorre diante de palavras que não podem ser precedidas de artigo feminino (os artigos acompanham substantivos). Assim, não há crase:
: antes de verbos:
Começou a gritar / Chegou a insistir. / Disponho-me a colaborar.

: entre substantivos femininos repetidos:
cara a cara / porta a porta / frente a frente

: antes de pronomes que rejeitam os artigos a/o: ninguém, alguém, toda, cada, tudo, você, alguma:
Disse a mim.
Contou a história a ela.
Isso não interessa a ninguém.
Quero falar a qualquer pessoa.
Refiro-me a Vossa Excelência.
Ele entregou a carta a Sua Alteza.
Informei o endereço para que entreguem a cesta diretamente a você.

Observação
Entenda o “rejeitar” artigos no sentido de necessidade. Quando utilizamos esses pronomes como sujeito de orações, não há a necessidade de colocarmos artigos antes deles. Veja alguns exemplos:
 Vossa Excelência deseja alguma coisa? (E não “A Vossa Excelência deseja...”)
Você comprou o livro? (E não “A você comprou o livro?” ou “O você comprou o livro?”)
Ninguém veio à aula. (E não “A ninguém veio à aula.” Ou “O ninguém veio à aula.”)
Ela almoçou em casa ontem. (E não “A ela almoçou em casa ontem.”)

Já na frase "A senhora deseja alguma coisa?", o pronome de tratamento “senhora” exige a presença do artigo. Assim, o correto é:
Pedirei que entregue a carta à senhora.

: antes de substantivos femininos no plural, pois têm sentido genérico:
O material foi enviado a alunas de escolas públicas.

: antes de palavras masculinas (a menos que exista uma palavra feminina subentendida na frase):
Vestiu-se à Luis XV.





Este texto pode ser total ou parcialmente copiado desde que citada a autoria e fonte.

A dupla eu e mim


Por Simone Costa


"Mim qué toca, mim gosta ganhá dinheiro". Aqueles que são da minha época, certamente lembrar-se-ão dessa música do Ultraje a Rigor. Quem não se lembra nem conhece a banda, sem problemas: o importante é enxergar o "ultraje" à Língua Portuguesa...

Muitas pessoas ainda se confundem quanto ao emprego do EU e do MIM. Mas não tem segredo. Basta lembrar que o EU é aquele que faz tudo e qualquer coisa. Falou de trabalho é com ele mesmo. Já o MIM gosta de descansar e quer tudo de mão beijada. Ele não faz nada nem toma atitude alguma. Só recebe. 

Assim, quando envolver atividade, movimento, trabalho (sempre expresso por um VERBO), use o EU. Se for apenas receber, em uma atitude passiva, o MIM. Vamos aos exemplos:

Traga o livro para MIM (olha o MIM folgadão, estirado no sofá...).

Traga o livro para EU ler (opa, envolveu uma atividade, olha o verbo de ação, então é o EU).

Entrega para MIM (recebendo) que EU encaminho para você (tomando uma atitude).

Viu como é fácil?

Este texto pode ser total ou parcialmente copiado desde que citada a autoria e fonte.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Artigo de opinião (texto para atividade)

Pessoal dos segundos,

Para quem não tem o texto, utilize o abaixo (copie em editor de texto e imprima-o).
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Artigo de opinião, o seu companheiro no vestibular
Professor Atento

Um dos textos cobrados pela UFRN, o artigo de opinião é, para alguns, motivo de preocupação intensa, enquanto pode representar alívio para outros candidatos que o preferem em detrimento da Carta. No geral, para quem está preparado, esse gênero textual é uma bela maneira de posicionar-se claramente sobre um tema polêmico, e não se explica tanto alarde em torno de sua composição.

Aqueles que consideram o artigo como um texto problemático, provavelmente, não o têm exercitado como deveriam: falta-lhes argumento, que é o ele-mento essencial. No entanto, é sempre possível atingir um nível de excelência nesse gênero textual. É preciso, para quem não simpatiza com tal modelo de redação, exercitar, conhecer a sua estrutura, ler muito sobre temas diversos e não se esquecer de retomar a tese, apresentando uma solução à problemática debatida. Seguindo tais orientações, eu entendo que o artigo pode, sim, se transformar numa produção textual bastante prazerosa e simples de construir.

Por outro lado, os que se identificam com o gênero aqui debatido, possivelmente – entendo eu – tiveram uma boa base escolar voltada para a leitura e para escrita, bem como uma preparação adequada, especialmente em 2012. Tais candidatos, neste momento que se aproxima, precisam apenas colocar em prática os conhecimentos adquiridos – tanto as informações da atualidade quanto os que remetem à estrutura do artigo. O fato de se identificar com o gênero em questão é – sob minha ótica – um elemento favorável à produção de um texto de boa qualidade.
Diante disso, é razoável compreender que o artigo compõe-se em um tipo textual que divide opiniões daqueles que o praticam.

Entretanto, independente-mente da preferência ou hostilidade por esse gênero textual, haveremos de concordar que a prática constante do gênero aqui defendido, o conhecimento de suas estruturas, a atualização diária sobre os temas de interesse social, bem como a calma no momento do vestibular, são extremamente necessários para o sucesso do candidato a uma vaga no ensino superior em 2013. O artigo de opinião será, então, um forte aliado para que essa conquista se concretize.

Disponível em:http://centraldasletras.blogspot.com.br/p/modelos-de-redacao.html

Tarefa para os segundos anos do Ensino Médio

Povo dos segundos,

Para aqueles que faltaram à aula, nesta sexta, 14 de março, segue a tarefa: ler os artigos de opinião entregues, pesquisar o significado das palavras desconhecidas e enviá-las a mim pelo e-mail profasimone@gmail.com 

As pesquisas serão analisadas e compartilhadas, para enriquecimento de vocabulário e atividade em classe.

Boa pesquisa!

Do it, Lenine

Povo das sétimas, segue link para a música Do it, de Lenine: 

http://www.youtube.com/watch?v=MN_4VrbUeUs

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Mais dicas...




Documentário sobre Machado de Assis

Documentário sobre Machado de Assis. Vestibulandos, para vcs! Machado é Machado.

http://www.youtube.com/watch?v=_WTuZjShd1s

"A cartomante", de Machado de Assis (vídeo)

Conto "A cartomante", de Machado de Assis, em um versão "modernizada". Sugiro que assistam ao vídeo e leiam o conto.

http://www.youtube.com/watch?v=jkjJflTn4nw

Chiquinha Gonzaga: biografia

GONZAGA, Chiquinha – (Francisca Edwiges Neves Gonzaga).
Compositora, instrumentista, regente. Rio de Janeiro, RJ, 17/10/1847–idem, 28/02/1935. Maior personalidade feminina da história da música popular brasileira e uma das expressões maiores da luta pelas liberdades no país, promotora da nacionalização musical, primeira maestrina, autora da primeira canção carnavalesca, primeira pianista de choro, introdutora da música popular nos salões elegantes, fundadora da primeira sociedade protetora dos direitos autorais, Chiquinha Gonzaga nasceu no Rio de Janeiro, filha do militar José Basileu Neves Gonzaga e de Rosa de Lima Maria. Estudou piano com professor particular e aos 11 anos compôs sua primeira música, uma cantiga de Natal: Canção dos Pastores.
Casou-se aos 16 anos, com um oficial da Marinha Mercante escolhido por seus pais. Poucos anos depois abandonou o marido por um engenheiro de estradas de ferro, de quem também logo se separou. Passou a sobreviver como professora de piano. A convite do famoso flautista Joaquim Antônio da Silva Callado (1848-1880), passou a integrar o Choro Carioca como pianista, tocar em festas e freqüentar o ambiente artístico da época. A estréia como compositora se deu em 1877, com a polca Atraente, composta de improviso durante roda de choro em casa do compositor Henrique Alves de Mesquita e publicada pela Viúva Canongia, Grande Estabelecimento de Pianos e Músicas. Por desafiar os padrões familiares da época, sofreu fortes preconceitos. Aperfeiçoou-se com o pianista português Artur Napoleão (1843-1925). Sua vontade de musicar para teatro levou-a a escrever partitura para um libreto de Artur Azevedo, Viagem ao Parnaso. A peça foi recusada pelos empresários.
Outras tentativas fracassaram, até que conseguiu, em 1885, musicar a opereta de costumes A Corte na Roça, encenada no Teatro Príncipe Imperial. Em 1889 promoveu e regeu, no Teatro São Pedro de Alcântara, um concerto de violões, instrumento estigmatizado àquela época. Foi uma ativa participante do movimento pela abolição da escravatura, vendendo suas partituras de porta em porta a fim de angariar fundos para a Confederação Libertadora. Com o dinheiro arrecadado na venda de suas músicas comprou a alforria de José Flauta, um escravo músico. Chiquinha Gonzaga também participou da campanha republicana e de todas as grandes causas sociais do seu tempo. Já era uma artista consagrada quando compôs, em 1899, a primeira marcha- rancho, Ó Abre Alas, verdadeiro hino do carnaval brasileiro.
Na primeira década deste século esteve algumas vezes na Europa, fixando residência em Lisboa por três anos. De volta ao Brasil deu uma contribuição decisiva ao teatro popular ao musicar, em 1912, a burleta de costumes cariocas Forrobodó, seu maior sucesso teatral. Em 1914 seu tango Corta-Jaca foi executado pela primeira- dama do país, Nair de Teffé, em recepção oficial no Palácio do Catete, causando escândalo político.
Em setembro de 1917, após anos de campanha, liderou a fundação da SBAT, sociedade pioneira na arrecadação e proteção dos direitos autorais. Aos 85 anos de idade escreveu a última partitura, Maria, com libreto de Viriato Corrêa. Sua obra reúne dezenas de partituras para peças teatrais e centenas de músicas nos mais variados gêneros: polca, tango brasileiro, valsa, habanera, schottisch, mazurca, modinha etc. Chiquinha Gonzaga faleceu aos 87 anos de idade, no dia 28 de fevereiro de 1935, no Rio de Janeiro.
Verbete biográfico retirado do livro “Chiquinha Gonzaga: uma história de vida”, escrito por Edinha Diniz, em nova edição revista e atualizada. Jorge Zahar Editora, 2009.


Fonte: http://chiquinhagonzaga.com/wp/biografia/



Música "Lua Branca", de Chiquinha Gonzaga

Pessoal dos segundos anos, esta música faz parte de um exercício da apostila:



quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Vidas Secas, Graciliano Ramos

Povo do 3º, este romance será estudado ainda neste semestre. Assistam ao filme ou leiam o livro.


Peça "O juiz de paz da roça"

Povo, quem quiser ler a peça de Martins Pena, segue link para download:

http://www.bdteatro.ufu.br/download.php?pid=TT00149

Algumas bibliotecas na zona sul de São Paulo

Biblioteca Belmonte
Rua Paulo Eiró, 525
Santo Amaro - 04752-010 
Telefone: 11 5687-0408 e 5691-0433 
Horário: 2ª a 6ª feira, das 10h às 19h; sábado, 9h às 16h
bmbelmonte@yahoo.com.br

Biblioteca Paulo Duarte
Rua Arsênio Tavolieri, 45
Jabaquara - 04321-030
Telefone: 11 5011-7445
Horário: 2ª a 6ª feira, das 10h às 19h; sábado, 9h às 16h

Biblioteca CEU Alvarenga “Rachel de Queiroz”
Estrada do Alvarenga, 3.752 - Balneário São Francisco
Cidade Ademar – Pedreira - 04474-340
Telefone: 11 5672-2543 , 5672-2514 e 5672-2540
bibliotecaceualvarenga@yahoo.com.br

Biblioteca CEU Caminho do Mar
Rua Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 5241
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