domingo, 24 de junho de 2012

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Crack: "Já passei por trinta internações"

Henrique Skujis e Maria Paola de Salvo | 02/06/2010

“Usava cocaína desde os 17 anos. Um dia, aos 27, fui comprar pó, não tinha e me apresentaram ao crack. Foi uma substituição automática. Sempre fumei sozinho, trancado em hotéis e motéis. Uma vez, sumi e cheguei a ficar dois meses dentro de um deles. Depois que passava o efeito da droga, vinham a paranoia e a mania de perseguição. Eu via até helicóptero descendo pelas paredes para me pegar.
Fui internado várias vezes, a maioria involuntariamente, o que é péssimo. O crack é o barato que sai caro. Já gastei 300, 400 reais por dia para comprar 30 gramas. Vendi som de carro, televisão de casa, objetos pessoais, roupa. Quando você volta para a sociedade, percebe que parou no tempo, e isso é muito frustrante.
Como tenho muita dificuldade de lidar com isso, acabo recaindo. Cheguei a ficar três anos limpo, mas voltei a beber e aí adeus. Com o crack você não tem opção: ou vai para a clínica ou morre. No último dia 22 de abril, internei-me pela trigésima vez.”
F.A.L., 37 anos, pecuarista, separado, três filhos, internado no Instituto Bairral, uma clínica de Itapira
http://vejasp.abril.com.br/revista/edicao-2167/crack-ja-passei-por-trinta-internacoes

(Colaboração: João Victor, Lucas Martins, Sabrina Maya, Ingrid e Luiz Fernando, 8ª B)

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