quarta-feira, 26 de março de 2014

sábado, 15 de março de 2014

Onde e aonde?


Por Simone Costa
Antigamente, não havia distinção entre onde e aonde. Grandes escritores como Camões, Cláudio Manuel da Costa e Machado de Assis utilizaram ambas as formas em seus poemas e livros. Hoje, porém, a maioria dos gramáticos defende tal distinção. Em geral, a regra é simples:
Em frases com verbos que exprimem movimento, deslocamento de um lugar para outro, utiliza-se AONDE. 
Aonde você vai? / Não sabia aonde ir. 

Quando o verbo aponta para um lugar fixo, utilizamos o ONDE: 
Onde você guardou minha agenda? / Esta é a escola onde estudo.
Esta é a rua onde ocorreu o acidente.

O ONDE refere-se ao local em que se está, esteve ou aconteceu um fato. Pode ser substituído por "em que (lugar)" ou "no(a) qual":
Em que lugar você guardou minha agenda? / Esta é a escola em que estudo.
Esta é a rua na qual ocorreu o acidente.

Como curiosidade...
A preposição "a", utilizada no AONDE, é de origem latina. Nessa língua o "ad" já indicava movimento e originou formas como avoar, achegar e alevantar (embora para muitos soem estranhamente, são corretas). 
O mesmo "ad" está no "para" (per + ad). Por isso que os verbos chamados de movimento geralmente "pedem" essas preposições:
Vou para casa. / Devo dirigir-me a que local, a fim de obter esclarecimentos?
Não sei para onde ir...

Por isso também ser possível substituir AONDE por "para que lugar" ou "a que lugar":
Aonde você vai? / Para que lugar você vai? / A que lugar você vai?

A forma: "Para aonde você vai?" 
é incorreta pois apresenta a partícula de movimento "ad" em dois lugares: no para (per + ad) e no aonde (redundância).
Este texto pode ser total ou parcialmente copiado, desde que citada autoria e fonte.

Há muitos e muitos anos atrás...

Por Simone Costa
Quem nunca contou ou ouviu um conto de fadas? O famoso "era uma vez..." ou "há muitos e muitos anos atrás..."? Pois é, o romance entre "" e "ATRÁS" é bem antigo. Já acabou, virou desquite mas, vira-e-mexe, tentamos unir o casal à força. Certamente não há maldade. Acredito que isso aconteça porque, tendo o mesmo som do "A", o "" perde a marca de passado na língua oral. Assim, utilizamos o "ATRÁS" para recuperar essa marca e, por força do hábito, importamos essa construção para a língua escrita. Criamos mais um pleonasmo, como os famosos:
Subir para cima
Encarar de frente
Fazer planos para o futuro
Surpresa inesperada
Ter futuro pela frente
Desfecho final
Empréstimo provisório
Cooperação conjunta
Logo, o certo é escolher:

Cheguei a São Paulo há dez anos. 
ou 
Cheguei a São Paulo dez anos atrás. 

 Se a dúvida é quando usar "" ou "A", seguem duas dicas:

- Sempre que falamos do passado, utilizamos o verbo haver, que pode ser substituído pelo fazer: 

Há dez dias que não o vejo. / Faz dez dias que não o vejo.
- Quando falamos do futuro ou indicamos distância, utilizamos a preposição "a": 
 Viajarei daqui a dez dias. / A loja fica a dois quarteirões daqui. 

Nesses casos, não é possível a substituição pelo verbo fazer.

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Uso da crase

Por Simone Costa

Para saber quando aplicar a crase, é preciso aplicar os conhecimentos de regência verbal:
Conheço a estudante.
O verbo conhecer é transitivo direto: quem conhece, conhece alguém ou algo. Não há preposição na regência do verbo. Portanto, não há crase. 

Refiro-me à professora.
O verbo referir-se é transitivo indireto: quem se refere, refere-se alguém ou a algo. Há preposição ("a") na regência do verbo e, como a palavra seguinte é feminina e admite o artigo a, há crase.

Regras práticas:

1. substituir a palavra feminina por outra masculina. Se surgir a forma ao, haverá a crase:
Refiro-me à professora. / Refiro-me ao professor. 

2. substituir o termo regente da preposição "a" por um que reja outra preposição (por, de ou em, por exemplo). Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou seja, se não surgirem as formas pela(s), da(s) e na(s), não haverá crase:
Refiro-me à professora.
Gosto da professora. / Penso na professora. / Optou pela professora.
Refiro-me a você.
Gosto de você. / Penso em você. / Optei por você.

A crase não ocorre diante de palavras que não podem ser precedidas de artigo feminino (os artigos acompanham substantivos). Assim, não há crase:
: antes de verbos:
Começou a gritar / Chegou a insistir. / Disponho-me a colaborar.

: entre substantivos femininos repetidos:
cara a cara / porta a porta / frente a frente

: antes de pronomes que rejeitam os artigos a/o: ninguém, alguém, toda, cada, tudo, você, alguma:
Disse a mim.
Contou a história a ela.
Isso não interessa a ninguém.
Quero falar a qualquer pessoa.
Refiro-me a Vossa Excelência.
Ele entregou a carta a Sua Alteza.
Informei o endereço para que entreguem a cesta diretamente a você.

Observação
Entenda o “rejeitar” artigos no sentido de necessidade. Quando utilizamos esses pronomes como sujeito de orações, não há a necessidade de colocarmos artigos antes deles. Veja alguns exemplos:
 Vossa Excelência deseja alguma coisa? (E não “A Vossa Excelência deseja...”)
Você comprou o livro? (E não “A você comprou o livro?” ou “O você comprou o livro?”)
Ninguém veio à aula. (E não “A ninguém veio à aula.” Ou “O ninguém veio à aula.”)
Ela almoçou em casa ontem. (E não “A ela almoçou em casa ontem.”)

Já na frase "A senhora deseja alguma coisa?", o pronome de tratamento “senhora” exige a presença do artigo. Assim, o correto é:
Pedirei que entregue a carta à senhora.

: antes de substantivos femininos no plural, pois têm sentido genérico:
O material foi enviado a alunas de escolas públicas.

: antes de palavras masculinas (a menos que exista uma palavra feminina subentendida na frase):
Vestiu-se à Luis XV.





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A dupla eu e mim


Por Simone Costa


"Mim qué toca, mim gosta ganhá dinheiro". Aqueles que são da minha época, certamente lembrar-se-ão dessa música do Ultraje a Rigor. Quem não se lembra nem conhece a banda, sem problemas: o importante é enxergar o "ultraje" à Língua Portuguesa...

Muitas pessoas ainda se confundem quanto ao emprego do EU e do MIM. Mas não tem segredo. Basta lembrar que o EU é aquele que faz tudo e qualquer coisa. Falou de trabalho é com ele mesmo. Já o MIM gosta de descansar e quer tudo de mão beijada. Ele não faz nada nem toma atitude alguma. Só recebe. 

Assim, quando envolver atividade, movimento, trabalho (sempre expresso por um VERBO), use o EU. Se for apenas receber, em uma atitude passiva, o MIM. Vamos aos exemplos:

Traga o livro para MIM (olha o MIM folgadão, estirado no sofá...).

Traga o livro para EU ler (opa, envolveu uma atividade, olha o verbo de ação, então é o EU).

Entrega para MIM (recebendo) que EU encaminho para você (tomando uma atitude).

Viu como é fácil?

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sexta-feira, 14 de março de 2014

Artigo de opinião (texto para atividade)

Pessoal dos segundos,

Para quem não tem o texto, utilize o abaixo (copie em editor de texto e imprima-o).
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Artigo de opinião, o seu companheiro no vestibular
Professor Atento

Um dos textos cobrados pela UFRN, o artigo de opinião é, para alguns, motivo de preocupação intensa, enquanto pode representar alívio para outros candidatos que o preferem em detrimento da Carta. No geral, para quem está preparado, esse gênero textual é uma bela maneira de posicionar-se claramente sobre um tema polêmico, e não se explica tanto alarde em torno de sua composição.

Aqueles que consideram o artigo como um texto problemático, provavelmente, não o têm exercitado como deveriam: falta-lhes argumento, que é o ele-mento essencial. No entanto, é sempre possível atingir um nível de excelência nesse gênero textual. É preciso, para quem não simpatiza com tal modelo de redação, exercitar, conhecer a sua estrutura, ler muito sobre temas diversos e não se esquecer de retomar a tese, apresentando uma solução à problemática debatida. Seguindo tais orientações, eu entendo que o artigo pode, sim, se transformar numa produção textual bastante prazerosa e simples de construir.

Por outro lado, os que se identificam com o gênero aqui debatido, possivelmente – entendo eu – tiveram uma boa base escolar voltada para a leitura e para escrita, bem como uma preparação adequada, especialmente em 2012. Tais candidatos, neste momento que se aproxima, precisam apenas colocar em prática os conhecimentos adquiridos – tanto as informações da atualidade quanto os que remetem à estrutura do artigo. O fato de se identificar com o gênero em questão é – sob minha ótica – um elemento favorável à produção de um texto de boa qualidade.
Diante disso, é razoável compreender que o artigo compõe-se em um tipo textual que divide opiniões daqueles que o praticam.

Entretanto, independente-mente da preferência ou hostilidade por esse gênero textual, haveremos de concordar que a prática constante do gênero aqui defendido, o conhecimento de suas estruturas, a atualização diária sobre os temas de interesse social, bem como a calma no momento do vestibular, são extremamente necessários para o sucesso do candidato a uma vaga no ensino superior em 2013. O artigo de opinião será, então, um forte aliado para que essa conquista se concretize.

Disponível em:http://centraldasletras.blogspot.com.br/p/modelos-de-redacao.html

Tarefa para os segundos anos do Ensino Médio

Povo dos segundos,

Para aqueles que faltaram à aula, nesta sexta, 14 de março, segue a tarefa: ler os artigos de opinião entregues, pesquisar o significado das palavras desconhecidas e enviá-las a mim pelo e-mail profasimone@gmail.com 

As pesquisas serão analisadas e compartilhadas, para enriquecimento de vocabulário e atividade em classe.

Boa pesquisa!

Do it, Lenine

Povo das sétimas, segue link para a música Do it, de Lenine: 

http://www.youtube.com/watch?v=MN_4VrbUeUs